LYCOPODIACEAE

Huperzia nuda (Nessel) B.Ollg. & P.G.Windisch

Como citar:

Julia Caram Sfair; Tainan Messina. 2012. Huperzia nuda (LYCOPODIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

17.948,973 Km2

AOO:

28,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro (Ollgaard, 1992), Minas Gerais (Windisch; Ramos, 2012) e Paraná (CNCFlora, 2011).A espécie é restrita das regiões mais elevadas do Sudeste brasileiro, ocorrendo em altitudes entre 1000 e 2100 m (Ollgaard; Windisch, 1987). No Parque Nacional do Itatiaia foi encontrada em altitudes entre 1000 e 2650 m (Ramos; Sylvestre, 2010).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Julia Caram Sfair
Revisor: Tainan Messina
Critério: B2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

<i>Huperzia nuda</i> é uma espécie não endêmica do Brasil, encontrada também nas regiões andinas. No Brasil, ocorre em altitudes superiores a 1.000 m, na região de Itatiaia (RJ, MG), Serra da Bocaina (SP) e Ibitiraquire (PR). Tem poucas coletas, indicando que é rara, e AOO de 28 km². Por ocorrer em altas altitudes, suspeita-se que a população seja severamente fragmentada, uma vez que o fluxo gênico entre as subpopulações deve ser quase nulo. As áreas de altitude no Sul e no Sudeste do Brasil sofrem com intensas ameaças, como os incêndios frequentes e de origem antrópica e o turismo desordenado, configurando declínio da qualidade do hábitat. Dessa maneira, <i>H. nuda</i> é considerada "Em perigo" (EN).

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Atualmente essa espécies está circunscrita em Phlegmariurus nudus (Nessel) B.Øllg. (Øllgaard, 2012)

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Formações campestre (Salino; Almeida, 2009).Floresta nebular (Ollgaard; Windisch, 1987)Campo de altitude (Condack, 2006)
Habitats: 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane
Detalhes: Ocorre em floresta nebular ou de altitude. Acredita-se que tenha migrado da região andina (Ollgaard, 1992; Nessel, 1927).A espécie é heliófita, tem hábito terrícola ou rupícola, cresce sobre rochas, em barrancos úmidos, às margens de trilhas, campos e margens de rios, nas Serras Itatiaia, Serra dos Órgãos e Serra Alto de Macaé (Ollgaard; Windisch, 1987; Ramos; Sylvestre, 2010).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
7.4 Wildfire local low
O Parque Nacional do Itatiaia apresenta ao longo de sua história episódios de incêndios extensos e duradouros, como o ocorrido em 1963 que atingiu cerca de 10.000 ha, permanecendo ativo por mais de 40 dias. Aximoff; Rodrigues (2011), com base nos incêndios ocorridos em 2001 (600 ha), 2004 (600 ha) e 2007 (800 ha), sugerem padrão de ocorrência trienal para os grandes incêndios mesmo que em áreas não sobrepostas (dados dos limites do incêndio de 2004 não foram encontrados). De maneira a reforçar esta hipótese, em 2010 o PNI teve mais de 1.100 ha de campos de altitude queimados em um único incêndio (Aximoff, 2011).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.7 Fire local low
O Parque Estadual do Pico Paraná teve um incêndio em outubro de 2007. Este incêndio atingiu o Pico Caratuva e mesmo após dois anos a floresta ainda mostra conseqüências da queimada e sinais de baixa capacidade de regeneração (Scheer, 2010)

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
"Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004)
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Nacional do Itatiaia, RJ, e Parque Estadual do Pico Paraná, PR (CNCFlora, 2011).